Mais de 1,2 milhões de pessoas no norte de Moçambique necessitam de assistência humanitária devido à insegurança e violência resultante de ataques terroristas, conforme relatado pelas Nações Unidas.
Impacto nas Províncias do Norte
O Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) destacou as províncias de Cabo Delgado, Nampula e Niassa como as mais atingidas pelo conflito armado e insegurança. A situação levou à deslocação massiva de populações após repetidos ataques.
Necessidades Humanitárias
De acordo com o relatório, 1,7 milhão de pessoas em Moçambique necessitam de apoio humanitário, incluindo 1,24 milhão afetadas pelo conflito no norte e 429.623 pessoas devido a desastres naturais. Até ao final de maio, 937.965 pessoas já tinham recebido ajuda, com 94% delas sendo deslocadas pelos ataques terroristas.
Intervenção de Organizações Não-Governamentais
No terreno, 76 organizações não-governamentais, incluindo sete agências das Nações Unidas, estão a fornecer assistência. As principais necessidades incluem abrigo para 1,2 milhão de pessoas, apoio nutricional para 562 mil e acesso a cuidados de saúde para 950 mil.
Financiamento Humanitário
O plano de resposta humanitária para 2024 recebeu 73,7 milhões de dólares até 31 de maio, dos 413 milhões necessários, conforme a OCHA. Este financiamento é vital para atender às necessidades urgentes das populações afetadas.
Conflito em Cabo Delgado
Desde outubro de 2017, Cabo Delgado enfrenta uma rebelião armada com ataques reivindicados por movimentos ligados ao Estado Islâmico. O mais recente grande ataque ocorreu em maio, na sede distrital de Macomia, resultando em várias mortes e combates intensos com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
O Presidente Filipe Nyusi afirmou recentemente que as forças de defesa desativaram praticamente todas as bases dos grupos terroristas, que agora se limitam a “andar no mato”. Ele destacou a colaboração das Forças Armadas de Defesa de Moçambique com militares do Ruanda e da missão dos países da África Austral na luta contra os insurgentes.
Situação Atual
Apesar dos avanços, a situação continua crítica, com populações ainda a sofrerem com a violência e deslocações forçadas. A vigilância contínua e a assistência humanitária são essenciais para apoiar estas comunidades vulneráveis e restaurar a estabilidade na região.